“Quando você torna uma experiência mais lenta, você abre essa coisa e a torna possível de ser penetrada e ser percebida. Como um sorriso rápido, um pequeno sorriso, que na vida real dura dois segundos, eu com a minha câmera fazemos durar dois minutos." (Bill Viola)
A antiga iconografia cristã como referência e a reconstituição, adaptada ao presente, é o mote de uma série de vídeos de Bill Viola. Um desafio na captura da emoção representada. Um jogo com o tempo. Em segundos, apesar da câmera lenta, o artista nos lança a um passado remoto.
Vídeo inspirado na pintura Visitação de Pontormo (1494-1557).
A poesia e suas formas de expressão. Eu estava pesquisando sobre o trabalho de Bill Viola, e encontrei essa série de vídeos. É incrível, um curso sobre vídeo-arte, vídeo-poesia, poesia experimental, enfim, está lá disponível, muito bem produzido. Indispensável. Direto para os favoritos.
Outra coisa interessante na novela de Manoel Carlos é a presença de Maria Gadú na trilha sonora. Essa moça vai surpreender o Brasil com sua voz e musicalidade. Além de cantar, ela toca e compõe. Letras maduras para uma compositora tão jovem. Melodias marcantes. Aqui minha favorita:
Já tinha visto Maria Gadú, ainda Maíra, cantar em um barzinho, ao lado do Guarani, antes dos ouvidos globais a terem descoberto. Miudinha, magrinha, soltou a voz e virou gigante. Voz de presença, que contraria a lei da física que afirma que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. A voz da menina pode.
Escrevo o que me dá na telha Goteira Rimo pobre Miséria e histeria Falo de mim pé quebrado engessado ximfrim superficial patético volto sempre a falar de mim em cada texto se morre em cada texto se mata num anonimato sem fim
Máquina V Cheguei faz pouco do Teatro da Aliança Francesa, onde fui com a família ver o espetáculo do Guto Lacaz. Gostamos muito. Guto Lacaz leva para o palco parte do cotidiano eletrônico e suas traquitanas, apresentando situações totalmente bizarras. Humor inteligente e muita plasticidade em cada quadro. Afinal, é o Guto Lacaz.
Mal plagiando Vinícius: Novelas, melhor não vê-las, mas se não as vemos como sabê-las? Há muito tempo que vejo o primeiro, o do meio, e o último capítulo das novelas. Só para não ficar totalmente por fora. Porém, agora, acho que vou estender um pouco mais esse mísero tempo que dedico à teledramaturgia brasileira. Tempo esse que já foi muito maior na época em que tínhamos Janette Clair, Ivani Ribeiro e Dias Gomes. A razão: Laércio de Freitas, o “Tio” está no elenco da novela Viver a Vida, fazendo o papel de pai da protagonista, e o mais incrível de tudo é que interpretará um pianista! Espero que a trilha musical da novela esteja à altura do grande maestro e pianista que ele é na vida real. Sei que se depender dele teremos a novela com a melhor trilha sonora de todos os tempos. Beijo Laércio, beijo Pick, segunda volto a ver novela!
Além disso, outro motivo forte que tenho para ver "Viver a Vida" é que já na terça-feira, no segundo capítulo da trama, a minha amiga Jéssica vai dar um depoimento sobre a Síndrome de Williams. O próprio Manoel Carlos entrou em contato com a Jô, que é mãe da Jéssica e presidente da Associação Brasileira da Síndrome de Williams. Quem puder ver, veja. A Síndrome de Williams é pouco conhecida no Brasil, embora afete uma em cada 20.000 pessoas; o diagnóstico em geral é tardio, o que acaba prejudicando muito o desenvolvimento físico e social deste grupo.
Bill Nichols em "Os Documentários Aprendem a Falar" e "A Reconstituição no Documentário: Recriando o Passado", palestras ministradas na Cultura Inglesa, no semestre passado. Aproveitei a ocasião para pedir ao professor que autografasse a minha pequena câmera, lugar melhor impossível, concordam? Gravei o momento em outra câmera de vídeo.